terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Mulheres Curadoras - Homenagem a minha Vó Tina

Minha avó Tina  era benzedeira lá no Rio de Janeiro, em Madureira. Durante minhas férias gostava de observar as mães levando os bebes e as crianças, as vezes iam elas mesmas  receber o cuidado...
A Vó Tina  usava várias ervas:  a arruda, a espada de são Jorge,  o  mentrasto e benzia o quebranto e o mau olhado. As vezes usava uma faca para benzer o cobreiro que desaparecia ou "secava" em 24h. Rezava também  a erisipela e fazia emplastos. Dava aos bebes um galho de funcho para as suas mamães fazerem  um  chá e acabar com as cólicas intestinais.
Era lindo ver a gratidão das mães que chegavam com seus bebês chorando e que saiam sorrindo e brincando...
Ah, tinha também a reza da "espinhela caída"... A vó Tina juntava as mãos  no alto da cabeça enquanto fazia orações, ia repetindo  até ficarem iguais os dois braços....
Também fazia xaropes com rapadura e ervas para bronquite, xarope que minha irmã Luciana,  repete até hoje....
Era muito especial a minha querida Vó TINA. Saudades! 
Lembrar dela me faz sentir feliz por ter essa história para contar...
Na foto a vemos em dois momentos. Ela com 75 anos, com o Titio Abrantes  e minha família pais e irmãos e os seus netos. E na foto sozinha já estava com 89 anos e 8 meses, fraca e esquecida mas continuava  meiga e doce.
   
Ontem uma colega publicou no Facebook o texto a seguir, que fala de mulheres curadoras... Não resisti., decidi publicar aqui  no  blog e fazer uma homenagem a essa mulher sábia e querida que seguiu para o astral com 90 anos deixando muitas saudades a todos os seus  amigos e herdeiros.
  
Não poderia deixar de homenagear minha mãe Carminha, outra querida poetisa e curandeira  que também seguiu para o astral 5 dias antes da Vó Tina, com seus 59 anos. Minha mãe, no aniversario de 90 anos da Vó, fez para ela um Acróstico, que transcrevo aqui.  
  
"Mãe
       (Militina, Tina) 
Mãe querida, mãe amada
Íntegra, digna, adorada
Linda, simples,  carinhosa
Inteligente, conselheira, amorosa
Terna, afável, cuidadosa
Importante para todos nós
Nos seus 90 anos de vida
A todos sempre serviu!
Dela só tivemos alegrias
Em nosso viver dia a dia
Somos seus filhos e sabemos
Os parentes e todos os amigos
Uma mãe sempre tivemos!
Zeca, Maria, Ivone, Thereza, Carmem
A todos nos fez muito unidos...
Essa mãe que Deus nos deu
Sempre Calma, silenciosa
Trabalhou toda a vida
É nosso amor e nosso orgulho
Vovó  Tina, rezadeira
Em toda essa Madureira
São muitos filhos os seus...." -    Carmem Esteves da Fonseca
Agradeço os exemplos,    Vó e mãe, queridas,  
                                          Mulheres Sábias,
                                          Mulheres adoráveis.
Me permita espelhar em vocês  me tornar uma mulher Sábia, Curadora!
  
"Mulheres curadoras por Mani Alcarez
Erveiras, raizeiras, benzedeiras, mulheres sábias que por muito tempo andaram sumidas, ou até mesmo escondidas. Hoje retornam com um diploma de pós-graduação nas mãos e um sorriso maroto nos lábios. Seu saber mudou de nome. Chamam de terapia alternativa, medicina vibracional, fitoterapia, práticas complementares…são reconhecidas e respeitadas, tem seus consultórios e fazem palestras.
As mulheres curadoras fazem parte de um antigo arquétipo da humanidade. Em todas as lendas e mitos, quando há alguém doente ou com dores, sempre aparece uma mulher idosa para oferecer um chazinho, fazer uma compressa, dar um conselho sábio. Na verdade, a mulher idosa é um arquétipo da ‘curadora’, também chamada nos mitos de Grande Mãe.
Não tem nada a ver com a idade cronológica, porque esse é um arquétipo comum a todas as mulheres que sentem o chamado para a criatividade, que se interessam por novos conhecimentos e estão sempre a procura de mais crescimento interno. Sua sabedoria é saber que somos “obras em andamento’, apesar do cansaço, dos tombos, das perdas que sofremos… a alma dessas mulheres é mais velha que o tempo, e seu espírito é eternamente jovem.
Talvez seja por isso que, como disse Clarissa Pinkola, toda mulher parece com uma árvore. Nas camadas mais profundas de sua alma ela abriga raízes vitais que puxam a energia das profundezas para cima, para nutrir suas folhas, flores e frutos. Ninguém compreende de onde uma mulher retira tanta força, tanta esperança, tanta vida. Mesmo quando são cortadas, tolhidas, retalhadas, de suas raízes ainda nascem brotos que vão trazer tudo de volta à vida outra vez.
Por isso entendem as mulheres de plantas que curam, dos ciclos da lua, das estações que vão e vem ao longo da roda do sol pelo céu. Elas tem um pacto com essa fonte sábia e misteriosa que é a natureza,. Prova disso é que sempre se encontra mulheres nos bancos das salas de aula, prontas para aprender, para recomeçar, para ampliar sua visão interior. Elas não param de voltar a crescer…
Nunca escrevem tratados sobre o que sabem, mas como sabem coisas! Hoje os cientistas descobrem o que nossas avós já diziam: as plantas têm consciência! Elas são capazes de entender e corresponder ao ambiente à sua volta. Converse com o “dente-de-leão” para ver… comunique-se com as plantas de seu jardim, com seus vasos, com suas ervas e raízes, o segredo é sempre o amor.
Minha mãe dizia que as árvores são passagens para os mundos místicos, e que suas raízes são como antenas que dão acesso aos mundos subterrâneos. Por isso ela mantinha em nossa casa algumas árvores que tinham tratamento especial. Uma delas era chamada de “árvore protetora da família”, e era vista como fonte de cura, de força e energia. Qualquer problema, corríamos para abraçá-la e pedir proteção.
O arquétipo de ‘curadora’ faz parte da essência do feminino, mesmo que seja vivenciado por um homem. Isso está aquém dos rótulos e definições de gênero. Faz parte de conhecimentos ancestrais que foram conservados em nosso inconsciente coletivo.
Perdemos a capacidade de olhar o mundo com encantamento, mas podemos reaprender isso prestando atenção nas lendas e nos mitos que ainda falam de realidades invisíveis que nos rodeiam. Um exemplo? Procure saber mais sobre os seres elementais que povoam os nossos jardins e as fontes de águas… fadas, gnomos, elfos, sílfides, ondinas, salamandras…
As “curadoras’ afirmam que podemos atrair seres encantados para nossos jardins! Como? Plantando flores e plantas que atraiam abelhas e borboletas, gaiolas abertas para passarinhos e bebedouros para beija-flores.
Foto: Mulheres curadoras
por Mani Alvarez

Erveiras, raizeiras, benzedeiras, mulheres sábias que por muito tempo andaram sumidas, ou até mesmo escondidas. Hoje retornam com um diploma de pós-graduação nas mãos e um sorriso maroto nos lábios. Seu saber mudou de nome. Chamam de terapia alternativa, medicina vibracional, fitoterapia, práticas complementares…são reconhecidas e respeitadas, tem seus consultórios e fazem palestras.

As mulheres curadoras fazem parte de um antigo arquétipo da humanidade. Em todas as lendas e mitos, quando há alguém doente ou com dores, sempre aparece uma mulher idosa para oferecer um chazinho, fazer uma compressa, dar um conselho sábio. Na verdade, a mulher idosa é um arquétipo da ‘curadora’, também chamada nos mitos de Grande Mãe.

Não tem nada a ver com a idade cronológica, porque esse é um arquétipo comum a todas as mulheres que sentem o chamado para a criatividade, que se interessam por novos conhecimentos e estão sempre a procura de mais crescimento interno. Sua sabedoria é saber que somos “obras em andamento’, apesar do cansaço, dos tombos, das perdas que sofremos… a alma dessas mulheres é mais velha que o tempo, e seu espírito é eternamente jovem.

Talvez seja por isso que, como disse Clarissa Pinkola, toda mulher parece com uma árvore. Nas camadas mais profundas de sua alma ela abriga raízes vitais que puxam a energia das profundezas para cima, para nutrir suas folhas, flores e frutos. Ninguém compreende de onde uma mulher retira tanta força, tanta esperança, tanta vida. Mesmo quando são cortadas, tolhidas, retalhadas, de suas raízes ainda nascem brotos que vão trazer tudo de volta à vida outra vez.

Por isso entendem as mulheres de plantas que curam, dos ciclos da lua, das estações que vão e vem ao longo da roda do sol pelo céu. Elas tem um pacto com essa fonte sábia e misteriosa que é a natureza,. Prova disso é que sempre se encontra mulheres nos bancos das salas de aula, prontas para aprender, para recomeçar, para ampliar sua visão interior. Elas não param de voltar a crescer…

Nunca escrevem tratados sobre o que sabem, mas como sabem coisas! Hoje os cientistas descobrem o que nossas avós já diziam: as plantas têm consciência! Elas são capazes de entender e corresponder ao ambiente à sua volta. Converse com o “dente-de-leão” para ver… comunique-se com as plantas de seu jardim, com seus vasos, com suas ervas e raízes, o segredo é sempre o amor.

Minha mãe dizia que as árvores são passagens para os mundos místicos, e que suas raízes são como antenas que dão acesso aos mundos subterrâneos. Por isso ela mantinha em nossa casa algumas árvores que tinham tratamento especial. Uma delas era chamada de “árvore protetora da família”, e era vista como fonte de cura, de força e energia. Qualquer problema, corríamos para abraçá-la e pedir proteção.

O arquétipo de ‘curadora’ faz parte da essência do feminino, mesmo que seja vivenciado por um homem. Isso está aquém dos rótulos e definições de gênero. Faz parte de conhecimentos ancestrais que foram conservados em nosso inconsciente coletivo.

Perdemos a capacidade de olhar o mundo com encantamento, mas podemos reaprender isso prestando atenção nas lendas e nos mitos que ainda falam de realidades invisíveis que nos rodeiam. Um exemplo? Procure saber mais sobre os seres elementais que povoam os nossos jardins e as fontes de águas… fadas, gnomos, elfos, sílfides, ondinas, salamandras…

As “curadoras’ afirmam que podemos atrair seres encantados para nossos jardins! Como? Plantando flores e plantas que atraiam abelhas e borboletas, gaiolas abertas para passarinhos e bebedouros para beija-flores.

Algumas plantas ‘convidam’ lindas borboletas para seu jardim, como milefólio, lavanda, hortelã silvestre, alecrim, tomilho, verbena, petúnia e outras. Deixe em seu jardim uma área levemente selvagem, sem grama, os seres elementais gostam disso. Convide fadas e elfos para viverem lá.

Este artigo foi publicado pelo Jornal 100% Vida de maio/2012
por Mani Alvarez
* Coordenadora do curso de pós-graduação em Práticas Complementares em SaúdeAlgumas plantas ‘convidam’ lindas borboletas para seu jardim, como milefólio, lavanda, hortelã silvestre, alecrim, tomilho, verbena, petúnia e outras. Deixe em seu jardim uma área levemente selvagem, sem grama, os seres elementais gostam disso. Convide fadas e elfos para viverem lá.
Este artigo foi publicado pelo Jornal 100% Vida de maio/2012  por Mani Alvarez - * Coordenadora do curso de pós-graduação em Práticas Complementares em Saúde  Pachamama "Ciclos do Sagrado Feminino"."